quarta-feira, 30 de julho de 2008

VIVER A ESPERANÇA

Não, não significa agarrar-nos à ilusão como a uma tábua quando sentimos que estamos a naufragar. Viver a esperança significa acreditar na vida e nas suas possibilidades.Neste momento os portadores do HIV têm alguns motivos para festejar.
Primeiro a doença, segundo relatório da ONU recentemente publicado, regrediu no que se refere a novos casos, quer em Portugal, quer no mundo. São progressos lentos mas não deixam de ser progressos que atestam que algo está a ser feito ao nível da prevenção.
Depois temos outra boa notícia, esta a nível nacional, com a bancada parlamentar socialista a anunciar que irá estudar uma proposta do BE com vista a eliminar toda e qualquer discriminação social dos portadores de HIV sobretudo no sector público onde, naturalmente, o Estado poderá intervir com mais propriedade.
Porém, e estou em crer, que se o sector público tiver uma postura mais vanguardista sobre os mecanismos de discriminação, essa postura entrará no sector privado e, nomeadamente, abrangerá as companhias de seguros e o sector bancário que se têm mostrado renitentes em relação ao estabelecimento de seguros ou contratos de empréstimos destinados à habitação.Bem, mas as boas notícias não acabam aqui.
Também ontem tomei conhecimento, no Portugal Diário, que dentro de uma a duas semanas vai poder ser administrado em Portugal, aos doentes com VIH/SIDA, o Raltegarvir, um novo medicamento cujos testes indicam que reduz o vírus a níveis quase indetectáveis.
O fármaco aprovado pelo INFARMED no passado dia 23, baixa a carga viral para valores muito baixos, em 90 por cento dos casos quando tomado ao longo de 48 semanas, segundo estudos realizados em vários países.Segundo o médico especialista em HIV/SIDA, Eugénio Teófilo, que tem acompanhado os ensaios realizados, noutros países, com o medicamento, o Raltegravir, além de baixar o vírus para valores residuais e quase indetectáveis, terá ainda a vantagem de ter poucos efeitos tóxicos.
O medicamento que terá que ser administrado com outros fármacos, tal como já acontece com outros retrovirais, só estará disponível nas farmácias dos hospitais e terá um custo mensal por doente de 850 euros, correspondente a uma caixa com 60 comprimidos.
As autoridades de saúde estimam em dez mil os portadores de HIV/Sida que recebem tratamento médico para infecção mas admite-se que este número seja superior na medida em que se estima haver, em Portugal, cerca de 50.000 portadores de HIV se bem que apenas 32.500 estejam sinalizados.
Como leiga que sou na matéria, e não querendo lançar foguetes antes da festa pela felicidade que sinto pelos meus amigos, apressei-me a escrever a notícia e vou esperar prudentemente pelas reacções dos entendidos.
À primeira vista preocupou-me de sobremaneira o preço do medicamento. Será que todos vão ter acesso?
Texto publidado pela Lídia do Silêncio Culpado no blogue SIDADANIA - http://sidadania.blogspot.com/

segunda-feira, 30 de junho de 2008

CABO VERDE - O PRIMEIRO PAÍS AFRICANO CUJO GOVERNO É MAIORITARIAMENTE FEMININO

Cabo Verde tornou-se no primeiro Estado africano a ter um Governo maioritariamente feminino.

Este país de língua oficial portuguesa e parceiro especial da UE passou a ter oito ministras e sete ministros após o primeiro-ministro José Maria das Neves ter anunciado uma remodelação governamental na sexta-feira.

"Eu tinha assumido um compromisso com as mulheres cabo-verdianas de conseguir a paridade. E fiz um esforço para que houvesse um equilíbrio na constituição do Governo. Mas também quero mostrar a força extraordinária que as mulheres de Cabo Verde têm na política e também na vida socioeconómica", declarou José Maria das Neves.

Numa breve entrevista telefónica, o chefe do Governo cabo-verdiano confirmou ontem que a sua intenção também é que o seu país possa ser "uma referência em África, em termos de democracia e governação. Apesar de ser um país pequeno, "Cabo Verde tem de ter coisas novas e procurar estar na linha da frente", disse ainda José Maria das Neves.

As novas ministras que entraram no Executivo cabo-verdiano são Fátima Fialho, na Economia, Janira Almada, na Presidência e Conselho de Ministros, Maria Helena Morais, Justiça, e Vera Duarte, na Educação. Na lista das que já estavam no Governo, mudam de pasta Madalena Neves e Sara Lopes, passando para o Ambiente e Ordenamento do Território. Cristina Duarte mantém-se nas Finanças e Cristina Lima na Defesa. A remodelação feita pelo governante do Partido Africano para a Independência de Cabo Verde, no poder desde Fevereiro de 2001, visa, como o próprio afirmou, acelerar o crescimento económico, o desenvolvimento e os investimentos externos.

Nos media cabo-verdianos, o primeiro Executivo africano com maioria feminina passou quase despercebido. Um facto explicado pela tradição que a ex-colónia portuguesa, independente desde 1975, tem de integrar mulheres em pastas-chave. Nos últimos anos, a política africana feminizou-se. Ellen Johnson-Sirleaf foi a primeira mulher eleita chefe de um Estado africano, em 2005 na Libéria. Maria das Neves, em São Tomé (2002-04), e Luísa Diogo, em Moçambique (desde 2005), também reflectem a tendência. Em Cabo Verde, a feminização não surpreende, até porque este não é um típico país africano.

Em 102.º lugar no Índice de Desenvolvimento Humano da ONU (quarto africano mais bem classificado), tornou-se em Janeiro um país de rendimento médio, muito graças ao turismo.

terça-feira, 27 de maio de 2008

ELEMENTOS DA ONU ACUSADOS DE ABUSO SEXUAL DE CRIANÇAS

Crianças de seis anos de idade de países como a Costa do Marfim, Sudão e Haiti são abusados sexualmente pelas forças de paz e trabalhadores humanitários da ONU, denuncia a organização «Save the Children», citada pelo jornal 20 Minutos.

A organização não governamental exige que seja estabelecido de urgência um organismo de supervisão para analisar a situação das crianças nestes países em que as forças de paz operam.

De acordo com a «Save the Children» estes abusos não são denunciados, devido ao medo que os pequenos sentem para contar o ocorrido.

A directora executiva da ONG britânica, Jasmine Whitbread, referiu que existe uma pequena quantidade de pessoas que «abusam sexualmente de algumas das crianças mais vulneráveis do mundo, as crianças que deviam proteger».
(Portugal Diário)
E aim vai o mundo. Como podemos exigir que se faça justiça se quem a pode fazer está metido nas redes do crime?

terça-feira, 20 de maio de 2008

A MULHER PORTUGUESA

As mulheres estão a entrar depressa no mercado de trabalho e têm excelentes resultados escolares.
Em Portugal, em 2000, elas eram 44,9% dos empregados, um pouco acima da média europeia (43,1%). Em 2006, tinham subido mais um pouco, para 45,9% do mercado de trabalho (44,3% na UE25).
O avanço para a paridade também está a ocorrer nos salários. Por exemplo, uma trabalhadora com menos de 30 anos ganhará, em média, 94,5% do que ganha um homem da mesma idade e na mesma situação profissional.
Para uma mulher entre os 50 e os 59 anos, a diferença aumenta: ela ganhará apenas 74% de um homem na mesma situação. Curiosamente, o fosso típico na Europa é maior e as diferenças de pagamento sobem, à medida que aumenta o nível de educação ou a complexidade da ocupação.
Outro exemplo: as mulheres somam 74% dos professores primários, mas apenas 41,9% dos docentes universitários. Mas um facto é inegável: o impacto das mulheres no trabalho é tão elevado, que só por este factor o modelo social teria de mudar.

sexta-feira, 16 de maio de 2008

CALOIRA UNIVERSITÁRIA VIOLADA EM FESTA ACADÉMICA

Uma aluna de 18 anos, caloira do Curso de Biomedicina da Universidade do Minho, foi violentamente agredida e violada no recinto do Gatódromo, em Braga, onde ontem à noite terminou o programa do Enterro da Gata 2008 – a festa dos estudantes. Tudo aconteceu na madrugada da passada segunda-feira – segundo dia da semana académica, no Minho.


"Estava na barraquinha do curso e ele arrastou-me. Pensei que queria conversar e beber um copo, nunca desconfiei dele até porque ele é cardeal do curso e tem por dever proteger os caloiros", contou a estudante.


Eram cerca das 04h00. "Fomos para uma barraca grande que estava vazia e ele tentou convencer-me a ter relações com ele. Eu neguei e até lhe falei várias vezes da namorada dele, que também é caloira do meu curso. Mas ele não ligou e começou a empurrar-me contra a parede e a bater-me. Não conseguia fazer frente à força dele. Estava muito escuro e apesar de gritar, a música estava alta e ninguém me ouvia".


O agressor terá então arrancado a roupa da caloira. "Fez todo o tipo de sexo. Está toda rasgada, toda pisada, com hematomas na cabeça e até nos seios.

As costas estão todas arranhadas e mal consegue andar, porque está toda dorida", relatou a mãe da vítima que não consegue esconder a revolta perante a brutalidade da agressão. "Depois de fazer tudo o que queria com ela, arrastou-a para fora da barraca e deixou-a lá. Os amigos encontraram-na a chorar, mas pensaram que era fruto dos copos que tinha bebido", disse a progenitora que só soube da violação um dia depois.


"Ela não contou nada a ninguém porque tinha vergonha. Veio para casa e foi ao Hospital da Póvoa de Varzim fazer exames. Está muito traumatizada e agora diz que não quer saber mais do curso", conta a mãe, angustiada.
PORMENORES
Exames médicos
A aluna foi sujeita, durante a manhã de terça-feira, a exames médicos no Instituto de Medicina Legal do Porto e entregou as roupas à polícia para posteriores análises a vestígios do agressor.


Apoio psicológico
A reitoria da Universidade do Minho foi informada da violação pela mãe da aluna e disponibilizou de imediato apoio psicológico que já está a ser prestado.


Noite concorrida
A noite da violação foi uma das mais concorridas no Gatódromo – recinto da Queima das Fitas que em Braga se chama Enterro da Gata. No recinto estiveram cerca de 15 mil pessoas.


Associação Académica
O presidente, Pedro Soares, foi informado pelo CM da violação, mas mostrou-se logo disponível para acompanhar a aluna exigindo que sejam apuradas responsabilidades.
Esperemos que o animal que fez isto não fique a aguardar o julgamente em liberdade e seja severamente punido. Vocês acreditam?

sexta-feira, 2 de maio de 2008

NOS ÚLTIMOS 5 ANOS TRIPLICARAM, EM PORTUGAL, OS CRIMES SEXUAIS CONTRA MENORES

Os crimes sexuais contra menores triplicaram em Portugal entre 2002 e 2007, contabilizando cerca de 1400 casos/ano, e cerca de 3,62% ocorreram com crianças institucionalizadas, revela um relatório divulgado pela Procuradoria-Geral da República (PGR).

Estes dados constam de um relatório do Grupo de Prevenção do Abuso e do Comércio Sexual de Crianças Institucionalizadas, dirigido pela procuradora-geral adjunta Maria José Morgado e criado por decisão do procurador-geral da República, Pinto Monteiro.

De acordo com o relatório, o "número total de crimes envolvendo crianças menores de 5 anos tem vindo a aumentar desde 2003 até 2007, num total de 628", dados que são baseados num estudo da Unidade de Informação da Polícia Judiciária (PJ).

De acordo com o total de dados da Polícia Judiciária sobre crimes sexuais contra menores, só em 2007 entraram na Directoria de Lisboa 561 inquéritos, o que corresponde a mais 23 do que em 2006 e a mais 27 do que em 2005.O grupo assinala como uma tendência "muito preocupante" a "acentuada diminuição da idade das vítimas, que nalguns casos de inquéritos no DIAP [Departamento de Investigação e Acção Penal] de Lisboa se situa abaixo de um ano de idade".

Contudo, adianta o documento, em cerca de 34,86% dos inquéritos o tipo de relacionamento entre o agressor e a vítima é o das relações familiares, sendo a residência o local do crime em cerca de 46,14% dos casos.Um outro aspecto é o que resulta da ameaça electrónica e da difusão da pornografia infantil na internet ou mesmo da prática de abusos sexuais de crianças/jovens através da Internet (abusos sexuais em rede).

No que se refere à internet, em 2007 registaram-se em Lisboa 67 inquéritos tendo por objecto a pornografia infantil, e registaram-se nove desaparecimentos de meninas associados a contactos via net que acabaram por ficar resolvidos.

terça-feira, 15 de abril de 2008

HIV - UMA VERDADE AMARGA

A vida é feita de verdades amargas porque as pessoas ficam muito aquém das expectativas que os outros formaram para elas nomeadamente os pais para quem os filhos devem ser sempre bonitos, ricos e bem sucedidos.

Quando as pessoas se casam também acham que o par deve ser o supra-sumo das maravilhas e desiludem-se quando vão descobrindo as suas imperfeições.

Estas pessoas não amam as outras pessoas mas a ideia que formam delas.
Por isso mesmo, porque não as amam, não são capazes de aceitá-las como são e ainda menos se elas caírem nas malhas de doenças e vícios que, no fundo, é como se fossem da sua responsabilidade.

Amigos a quem contar que se está infectado com o HIV?
A quem for capaz de nos amar. A quem não nos olhar com reprovação.
E há pessoas assim. A mobilização que está a ser feita pelo SIDADANIA é disso a prova.

sexta-feira, 4 de abril de 2008

MULHERES DISCRIMINADAS EM TODO O MUNDO

As mulheres são discriminadas, em maior ou menor medida, nas legislações de quase todos os países do mundo e as promessas para alterar esta situação não são cumpridas, conclui um relatório das Nações Unidas divulgado esta sexta-feira e citado pela agência Lusa.

As leis discriminatórias para com as mulheres são "ainda numerosas", afirmou esta sexta-feira a especialista Fareda Banda, autora de um estudo elaborado para a Alta-Comissária para os Direitos Humanos das Nações Unidas (ONU), Louise Arbour.

Segundo a especialista, a violação no matrimónio continua a não ser punida por lei em pelo menos 53 países, fazendo com que os homens continuem a beneficiar de impunidade total em relação aos abusos físicos e sexuais cometidos.

No documento, Fareda Banda destaca também que em muitos Estados a transmissão da nacionalidade aos filhos só pode ser efectuada por via masculina, lamentando que os compromissos assumidos nas conferências internacionais sobre a mulher «não sejam respeitados».

As mulheres representam, segundo o relatório, cerca de 70 por cento dos pobres em todo o Mundo, sendo que dois em cada três menores sem acesso a educação são do sexo feminino.

Entre as várias situações de discriminação legal, o documente refere, por exemplo, que em muitos países as mulheres casadas não podem usar o sobrenome de solteira, estão em desvantagem no divórcio ou carecem de liberdade de movimento a menos que sejam acompanhadas por um homem da família.

O mesmo relatório da ONU indica ainda que as mulheres são proprietárias de apenas um por cento das terras agrícolas e em muitos países não têm direito à propriedade nem a serem herdeiras.

A autora do estudo pede no documento que o Conselho de Direitos Humanos da ONU crie o cargo de relator especial sobre a discriminação legal das mulheres.

Numa declaração em virtude da comemoração do Dia Internacional da Mulher - que se comemorou em Março - a Alta-Comissária para os Direitos Humanos da ONU, Louise Arbour, afirmou que o fracasso em criar uma igualdade real perante a lei entre homens e mulheres nas áreas sociais, económicas e políticas «tem efeitos nefastos e às vezes devastadores para as mulheres em alguns países».

sexta-feira, 28 de março de 2008

A INTOLERÂNCIA DOS "TOLERANTES"

O Sidadania está com um texto de grande valor didáctico e humano como sempre acontece naquele espaço que muito prezo. Refere-se, desta vez, à adopção de crianças com HIV.
Ora criança dportadora de HIV faz doer o coração porque tem muita dor à sua espera nesta vida cruel e cheia de escolhos.
Fico triste só de pensar nisso porque não desconheço o que este mundo cruel pensa do assunto e o medo que ainda persiste em volta da doença. Medo que eu também partilho e que confessei com toda a honestidade.

Sabem o que me aconteceu? FUI CORRIDA À PEDRADA!!!!!.... Se têm dúvidas consultem os comentários do SIDADANIA e vejam como uma VEGANA qualquer que só porque adoptou uma criança seropositiva se julga melhor que toda a gente, e até dona do sentir dos outros, me tratou.

VEJAM A TOLERÂNCIA DOS "TOLERANTES" e digam meus amigos como é que podemos viver neste mundo se temos que pôr sempre a máscara para ser aceites.

Pensei eu, e estúpida fui, que num espaço evoluído e de livre troca de ideias, cada um deveria dizer o que sente mas enganei-me.

SEMI ADOPÇÃO DE CRIANÇAS VAI SER POSSÍVEL

As crianças presentes nas instituições e que se encontram em risco vão passar a poder ser «semiadoptadas», informa o Diário de Notícias.

A nova medida está a ser desenvolvida pelo Observatório da Adopção e pretende criar uma família de acolhimento douradora, o que permita estabilidade à criança, sem romper com a ligação à família biológica.

A nova família terá direitos de tutela, mas poderão haver visitas periódicas à família biológica.

«Sentiu-se a necessidade de uma nova figura, na medida em que se chegou à conclusão de que os instrumentos existentes, como a família de acolhimento tal como é hoje e a adopção, não estão a ser suficientes para retirar as crianças das instituições ou impedir que elas cheguem a lá entrar», disse o presidente do Observatório da Adopção, Guilherme Oliveira.


Segundo o jornal, esta nova figura jurídica está na fase de conclusão e deverá ser apresentada no ínicio de Abril aos peritos qe acompanharam o processo.

Cerca de 12 mil crianças estão actualmente ao abrigo de instituições, sendo que muitas delas não possuem a sua situação definida, o que provoca dificuldades em caso da tentativa de uma adopção completa.

Esta é uma medida de grande alcance porque permitirá conciliar certas situações que são objecto de disputas em que a criança é a grande vítima e permitir que muitas crianças tenham o acompanhamento familiar a que têm direito.

terça-feira, 25 de março de 2008

ALGUMAS ESCOLAS FORMAM GANGS

Procurador-Geral da República está preocupado com a violência contra professores, defendendo a necessidade de reforço da autoridade. Pinto Monteiro considera que, em alguns casos, este tipo de ofensas servem de «embrião» para níveis mais graves de criminalidade.

Ministério Público quer saber o que aconteceu na Escola Carolina Michaelis


Continuam a ecoar as ondas de impacto da cena de violência filmada numa sala de aula da Escola Secundária Carolina Michaelis. Agora, é o próprio Procurador-Geral da República a tomar uma posição sobre o caso, defendendo que os professores têm de ser mais protegidos.

Em declarações ao Diário Económico, Pinto Monteiro manifestou a sua preocupação. «Impõe-se que seja reforçada a autoridade dos professores e que os órgãos directivos das escolas sejam obrigados a participar os ilícitos ocorridos no interior das mesmas. Até agora, raras vezes, tem acontecido», referiu.

E foi mais longe, considerando que «nalgumas escolas formam-se pequenos gangs que depois transitam para gangs de bairro, armados e perigosos». Na sua opinião, a violência escolar funciona, em certos casos, como uma espécie de «embrião» para níveis mais graves de criminalidade, uma vez que a violência nas escolas «existe e tem contornos preocupantes».

MP exige medidas

O Ministério Público também está atento a este caso e quer «apurar as responsabilidades», para saber até onde pode intervir, de forma a assegurar a reposição da autoridade pública e a tranquilidade na escola, noticia o Jornal de Notícias.

O Procurador-Geral da República, aliás, já com o procurador-geral distrital do Porto, Pinto Nogueira, e com a directora do DIAP do Porto, Hortênsia Calçada, que têm estado ao corrente dos factos e diligenciado no sentido de apurar responsabilidades».

O Departamento de Investigação e Acção Penal do Ministério Público do Porto foi informado pelo conselho executivo da escola de que a aluna em causa tem 15 anos, sendo, portanto, ainda considerada menor e inimputável em termos penais (só com 16 anos é que seria eventualmente sujeita a processo-crime).

Como tal, e ainda segundo o jornal, a mesma aluna só poderá ser alvo de um «inquérito tutelar educativo» no Tribunal de Menores do Porto, um processo que visa «educar para o Direito». Isto é, através de medidas tutelares educativas, por exemplo, acompanhamento educativo por técnicos credenciados, fazer com que a menor apreenda normas de conduta.

quinta-feira, 6 de março de 2008

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2008

ASSÉDIO SEXUAL E MOBBING

Eis uma boa medida, insuficiente mas boa.


Os inspectores do Trabalho vão incidir a fiscalização até 2010 em situações de assédio sexual, moral e «mobbing» (pressões psicológicas) no local de trabalho, participação de menores em espectáculos e a discriminação laboral contra grávidas, trabalhadores com mais de 55 anos, operários com filhos portadores de doença crónica ou deficiência e imigrantes, noticia o Jornal de Notícias.

Estas orientações constam do Plano de Acção Inspectiva da Autoridade para as Condições do Trabalho (ACT). «A questão do assédio sexual preocupa-nos», disse ao matutino o inspector-geral deste organismo, acrescentando: «Temos conhecimento de que existe, mas há poucas denúncias, maioritariamente por receio, e o que pretendemos é também alertar para este fenómeno que tem de ser denunciado».

Uma das áreas de acção será a Administração Pública, inicialmente a Administração Local, câmaras municipais, e a seguir a Administração Central. Os inspectores querem saber se são respeitadas as normas de higiene, segurança e saúde no trabalho.

quinta-feira, 7 de fevereiro de 2008

ABORTOS LEGAIS FICARAM EM POUCO MAIS DE METADE DO PREVISTO EM SEIS MESES DE DESPENALIZAÇÃO

Nos primeiros seis meses depois da despenalização da Interrupção Voluntária da Gravidez (IVG), apenas 6000 mulheres abortaram a seu pedido, o que constitui pouco mais de metade do previsto, avançou hoje fonte oficial.
Os dados dizem respeito a interrupções realizadas até ao fim de Dezembro passado.Antes da realização do referendo que despenalizou o aborto, as autoridades de Saúde, com base na realidade de outros países europeus, calculavam que viessem a realizar-se 20 mil abortos legais por ano.
A extrapolação do valor do primeiro semestre - menos 15 dias, já que a lei vigora desde 15 de Julho de 2007 - para um ano indica valores pouco superiores a 12 mil IVG, o que corresponde a cerca de 60 por cento do perspectivado.O valor total (6099) corresponde a 97 por cento das interrupções de gravidez realizadas em hospitais públicos e privados, precisou o presidente da Comissão Nacional de Saúde Materna e Neonatal, Jorge Branco.
Os restantes três por cento (quase 190 casos) referem-se a situações clínicas ou impostas por outros motivos.Jorge Branco congratula-se com estes valores, aquém do previsto, e acentua ainda o "grande predomínio" da interrupção da gravidez com recurso a medicamentos em vez da opção pela cirurgia.
O especialista, que também é director da Maternidade Alfredo da Costa, em Lisboa, considera esse factor bastante positivo, por o recurso aos medicamentos ser "menos agressivo e menos traumático" para a mulher. Aplicação da lei decorre sem percalços. Acerca da entrada em vigor da legislação criada depois do "sim" ter vencido o referendo ao aborto, aquele médico disse que "está a decorre sem percalços", tanto nas instituições de Saúde públicas como nas três privadas que estão autorizadas a fazê-lo.
Outro facto que realça é os 30 abortos realizados a menores de 15 anos - apenas 0,5 por cento do total, enquanto, por idades, a maior concentração ocorre no grupo de mulheres entre os 20 e os 34 anos: 4124 IVG (65,8 por cento do total). Em mulheres com mais de 40 anos, os registos oficiais indicam 503 casos (oito por cento).
Por regiões, em Lisboa e Vale do Tejo realizaram-se mais de metade dos abortos (3547), seguida da região Norte (1173), Centro (382), Algarve (351) e Alentejo (147).Acresce ainda que dois terços do total de IVG foram realizados em instituições de Saúde públicas e os restantes em estabelecimentos privados, ainda segundo dados oficiais.

sábado, 26 de janeiro de 2008

ASSÉDIO SEXUAL: MACÁRIO CORREIA ARGUIDO

O presidente da Câmara de Tavira, Macário Correia foi constituído arguido por alegado assédio sexual a uma jurista da autarquia.

Segundo a edição de hoje do Diário de Notícias, Macário Correia, 49 anos, é arguido desde Dezembro passado por alegado crime de abuso sexual, na sequência da formalização de uma queixa por parte da chefe dos serviços jurídicos da autarquia, Teresa Sequeira, 43 anos.

Segundo o jornal, o autarca foi ouvido a 18 de Dezembro, da parte da tarde, depois da queixosa ter sido ouvida logo de manhã. Macário Correia abandonou as instalações do Ministério Público de Tavira já na condição de arguido.

Teresa Sequeira, licenciada em Direito e chefe de serviço da câmara, alega que Macário Correia, com a sua conduta, terá praticado os crimes de «maus tratos», «coacção sexual», «difamação e injúria» pela «forma pública e caluniosa», sendo que estes são agravados «porque cometidos contra funcionário/a, no exercício das suas funções».

A advogada da queixosa, Vera Thellier, sustenta que os alegados crimes terão sido perpetrados «todos na forma continuada», pelo que poderá ainda estar em causa um «crime de abuso de poder porque os factos foram praticados no exercício das suas funções e por causa daquelas, o que não teria sido possível se o denunciado não dispusesse do cargo que ocupa».

O Diário de Notícias adianta que, na sequência das suspeitas que recaem sobre si, Macário Correia solicitou em Novembro uma junta médica da ADSE para avaliar a condição psiquiátrica de Teresa Sequeira.

A 26 de Dezembro, uma nota da secção Sul da ADSE diz que a alta funcionária da Câmara de Tavira está «incapaz» para trabalhar, mas refere expressamente que Teresa Sequeira «não indicia perturbação psíquica», como terá alegado o autarca.

domingo, 20 de janeiro de 2008

NÃO NOS ACOMODEMOS

As minhas comentadoras põem o dedo em várias feridas mas não basta pôr o dedo nas feridas. Temos que agir intervindo junto das entidades competentes e denunciando situações em que as mulheres são prejudicadas por serem mulheres.
Quantas mulheres em Portugal foram chefes de governo ou presidente da república? Apenas Maria de Lurdes Pintassilgo e num governo provisório.
Somos todas estúpidas?
E minhas amigas ando aqui a passear na blogosfera e vejo sítios com bons conteúdos, de pessoas que parecem progressistas e com conteúdos desprimorosos para as mulheres. Desde posts a anedotas vale tudo. O Walter do Cadeirão da Malta deu-me uma sugestão: e que tal criarmos um prémio limão para todos os blogs que tenham destaques afrontosos à dignidade feminina?
Aceitam-se denúncias para: anatori@aeiou.pt

sábado, 12 de janeiro de 2008

NO FEMININO

Porque é que eu quero valorizar o bicho-mulher?

Porque a mulher ainda continua a ser um artigo de segunda mesmo nos países ditos desenvolvidos.

Das mulheres espera-se tudo: que trabalhem fora do lar, que se incumbam das tarefas domésticas, que façam a gestão do orçamento doméstico, que cuidem dos filhos, que os acompanhem na escola, que olhem pelos pais velhinhos, que participem da cultura, que estejam sempre bem dispostas e sejam boas na cama.

As mulheres recebem, em média, menos que os homens por trabalho igual, são 65% da população universitária mas os cargos de alta direcção, políticos e governamentais são ocupados pelos homens em maioria esmagadora.

As mulheres são as principais vítimas nas guerras mesmo quando não vão combater.

As mulheres são as únicas a ser responsabilizadas pelo aborto como se a gravidez fosse conseguida por elas sozinhas.

As mulheres são as maiores vítimas do tráfico organizado de exploração sexual.

As mulheres são numa maioria esmagadora as vítimas da violência doméstica.

Se és mulher não durmas sobre estas realidades.

Toma consciência que estás longe de ter direitos iguais aos homens.

sexta-feira, 4 de janeiro de 2008

APRESENTAÇÃO

Sou a Mary e talvez seja boa rapariga quando não tenho mau feitio.
Criei hoje este blogue. É um blogue dedicado às mulheres. Só vou pôr anúncios e posts de mulheres. Viva o feminismo.
Vou dar uma volta por aí.