Nos primeiros seis meses depois da despenalização da Interrupção Voluntária da Gravidez (IVG), apenas 6000 mulheres abortaram a seu pedido, o que constitui pouco mais de metade do previsto, avançou hoje fonte oficial. Os dados dizem respeito a interrupções realizadas até ao fim de Dezembro passado.Antes da realização do referendo que despenalizou o aborto, as autoridades de Saúde, com base na realidade de outros países europeus, calculavam que viessem a realizar-se 20 mil abortos legais por ano. A extrapolação do valor do primeiro semestre - menos 15 dias, já que a lei vigora desde 15 de Julho de 2007 - para um ano indica valores pouco superiores a 12 mil IVG, o que corresponde a cerca de 60 por cento do perspectivado.O valor total (6099) corresponde a 97 por cento das interrupções de gravidez realizadas em hospitais públicos e privados, precisou o presidente da Comissão Nacional de Saúde Materna e Neonatal, Jorge Branco. Os restantes três por cento (quase 190 casos) referem-se a situações clínicas ou impostas por outros motivos.Jorge Branco congratula-se com estes valores, aquém do previsto, e acentua ainda o "grande predomínio" da interrupção da gravidez com recurso a medicamentos em vez da opção pela cirurgia. O especialista, que também é director da Maternidade Alfredo da Costa, em Lisboa, considera esse factor bastante positivo, por o recurso aos medicamentos ser "menos agressivo e menos traumático" para a mulher. Aplicação da lei decorre sem percalços. Acerca da entrada em vigor da legislação criada depois do "sim" ter vencido o referendo ao aborto, aquele médico disse que "está a decorre sem percalços", tanto nas instituições de Saúde públicas como nas três privadas que estão autorizadas a fazê-lo. Outro facto que realça é os 30 abortos realizados a menores de 15 anos - apenas 0,5 por cento do total, enquanto, por idades, a maior concentração ocorre no grupo de mulheres entre os 20 e os 34 anos: 4124 IVG (65,8 por cento do total). Em mulheres com mais de 40 anos, os registos oficiais indicam 503 casos (oito por cento). Por regiões, em Lisboa e Vale do Tejo realizaram-se mais de metade dos abortos (3547), seguida da região Norte (1173), Centro (382), Algarve (351) e Alentejo (147).Acresce ainda que dois terços do total de IVG foram realizados em instituições de Saúde públicas e os restantes em estabelecimentos privados, ainda segundo dados oficiais.
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3 comentários:
Olá:
Que questão tão complexa esta!
Já se deram voltas e voltas...sobre ela.
No entanto, segundo os dados estatísticos parecem que as coisas neste sector estão a melhorar...
O que sinceramente me deprime é as notícias que dão conta de fetos colocados nos locais mais impensáveis para mim.
Espero não as ouvir...
beijo
É na baía que o mar
Adormece em maresia
Acalma a sua fúria
Em sal de nostalgia
Boa semana
Doce beijo
O que importa é que diminuam mas que quem o faça não seja apontada a dedo! Beijinhos...
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